Passada quase uma
semana do fim da Copa do Mundo 2014 no Brasil, de cabeça mais fria, agora é
hora de analisar e planejar o futuro de nossa Seleção Brasileira.
Foi um final
deprimente para a que prometia ser uma Copa dos sonhos para nós, brasileiros.
Para ser sincero, a meu ver, faltou experiência e os jogadores, a maioria muito
jovem, sentiram a pressão de disputar uma Copa do Mundo, ainda mais no Brasil
(em casa) e depois do resultado da Copa do Mundo de 1950. Talvez o Ronaldinho
Gaúcho, o Kaká e/ou o Robinho pudessem dar uma “encorpada” nessa seleção,
ajudando a “segurar o rojão” nos momentos mais difíceis. Mas agora não adianta
“chorar pelo leite derramado”, pois o que passou, passou! É hora de tentar
erguer a cabeça e planejar de verdade um futuro mais vitorioso para a Seleção
Brasileira.
Acho que o
primeiro passo é pensar em uma Seleção Brasileira sem segundos interesses,
principalmente pessoais e políticos de quem tem o comando. Por exemplo, mesmo
sendo atleticano, o Fábio goleiro do Cruzeiro não é convocado por ter
“pendências” desde a época em que jogava no Vasco com a CBF, embora não admitam
isso. Vários jogadores de clubes mineiros, por exemplo, não recebem uma chance
nem sequer em um amistoso, como foi o Tardelli, do Galo, no ano passado. É
preciso que sejam escolhidos os melhores jogadores de verdade, independente de
qual clube e/ou Estado joguem. Ou será que só quem joga na Europa é que é bom?
Ou será que é mais fácil acompanhar campeonatos da Ucrânia, da Rússia e daquela
região do que aqui do Brasil?
E outro detalhe é
planejar as coisas mais a longo prazo, no mínimo a médio prazo. Começar uma
Seleção agora para conquistar algo mais à frente, como a Alemanha fez. Escolher
um bom treinador, que em minha opinião deveria ser o Pep Guardiola, ou o Cuca
ou o Marcelo Oliveira, treinadores que privilegiam o ataque, o futebol bonito
de toque de bola ofensivo, etc. Outra vez é necessário deixar a politicagem de
lado na escolha de um novo treinador e sua comissão técnica. Um trabalho não pode
iniciar de qualquer jeito e nem se esperar frutos rapidamente!
Essas primeiras
sugestões se referem mais a curto e médio prazo, mas também é necessário que se
tome atitudes a longo prazo para não deixar o futebol brasileiro ficar
defasado, para trás. É preciso investir na descoberta de novos talentos e que
estes sejam valorizados, não tentando criar “monstros” fortes e marcadores,
deixando o talento e a habilidade de lado, e nem deixa-los irem muito jovens
para a Europa e para fora do país em geral. Eles acabam perdendo a identidade
com nosso Brasil e terminam até optando por outros países como vemos vários
casos e/ou não disputando as partidas e competições com a mesma garra e
vontade. E por falar em identidade, porque a Seleção Brasileira quase não joga
em território brasileiro? Já tem seis amistosos marcados até o final de 2014 e
todos são em outros países, às vezes sem nenhuma relação com nenhuma das
equipes que vão disputar a partida. Isso sem dúvida enfraquece a identidade
entre Seleção e torcida.
O principal, a
meu ver, é mudar essa mentalidade de que o futebol brasileiro se basta, que não
precisa evoluir, mudar e fazer um projeto organizado e bem feito. Quem
imaginava há alguns anos atrás que teríamos dificuldades com Chile e Colômbia,
para falar somente na América do Sul? As outras seleções vêm evoluindo
constantemente, vejamos a Costa Rica, por exemplo, enquanto estamos parados
confiando apenas no talento brasileiro. Outra mentalidade a ser modificada é de
quando algo dá errado, nada presta e tudo precisa ser mudado, recomeçar tudo do
zero. Não é assim! Vejamos novamente a Alemanha, que manteve uma base,
independente dos resultados e fracassos e foi “investindo” em reforçar seus
pontos fracos até conseguir um grande objetivo. É preciso analisar o que se
pode aproveitar desse trabalho já iniciado, o que certamente há, e corrigir as
falhas, visando melhorar e não jogar tudo para o alto e começar tudo de novo.
Quanto mais se recomeçar do zero, mais irá demorar para se ter um resultado! E
também é importante deixar essa ideia de que a individualidade brasileira vai
resolver tudo! Não viram o futebol coletivo da Alemanha? Uma equipe forte
coletivamente com alguns jogadores de altíssimo nível, como o Neymar, por
exemplo, fica extremamente forte e competitiva. Também não se pode jogar a
responsabilidade em cima de um único craque, de um único jogador. Em 1994
tínhamos Romário e Bebeto em 2002, Ronaldo Fenômeno, Rivaldo, Kaká Ronaldinho
Gaúcho, ou seja, responsabilidades e jogo dividido. Não podemos ficar tão
dependentes!
Bom, quem sou
para apresentar a solução para todos os problemas da Seleção Brasileira, mas
quero ajudar e espero que as coisas mudem, que nosso futebol evolua e volte a
ser competitivo e forte, respeitado em todo o mundo! Independente de tudo que
aconteceu, eu continuo sendo brasileiro com muito orgulho e muito amor! E
acredito em um futuro melhor! Vai Brasil!!!
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