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sexta-feira, 18 de julho de 2014

E agora Seleção?

     Passada quase uma semana do fim da Copa do Mundo 2014 no Brasil, de cabeça mais fria, agora é hora de analisar e planejar o futuro de nossa Seleção Brasileira.
     Foi um final deprimente para a que prometia ser uma Copa dos sonhos para nós, brasileiros. Para ser sincero, a meu ver, faltou experiência e os jogadores, a maioria muito jovem, sentiram a pressão de disputar uma Copa do Mundo, ainda mais no Brasil (em casa) e depois do resultado da Copa do Mundo de 1950. Talvez o Ronaldinho Gaúcho, o Kaká e/ou o Robinho pudessem dar uma “encorpada” nessa seleção, ajudando a “segurar o rojão” nos momentos mais difíceis. Mas agora não adianta “chorar pelo leite derramado”, pois o que passou, passou! É hora de tentar erguer a cabeça e planejar de verdade um futuro mais vitorioso para a Seleção Brasileira.
     Acho que o primeiro passo é pensar em uma Seleção Brasileira sem segundos interesses, principalmente pessoais e políticos de quem tem o comando. Por exemplo, mesmo sendo atleticano, o Fábio goleiro do Cruzeiro não é convocado por ter “pendências” desde a época em que jogava no Vasco com a CBF, embora não admitam isso. Vários jogadores de clubes mineiros, por exemplo, não recebem uma chance nem sequer em um amistoso, como foi o Tardelli, do Galo, no ano passado. É preciso que sejam escolhidos os melhores jogadores de verdade, independente de qual clube e/ou Estado joguem. Ou será que só quem joga na Europa é que é bom? Ou será que é mais fácil acompanhar campeonatos da Ucrânia, da Rússia e daquela região do que aqui do Brasil?
     E outro detalhe é planejar as coisas mais a longo prazo, no mínimo a médio prazo. Começar uma Seleção agora para conquistar algo mais à frente, como a Alemanha fez. Escolher um bom treinador, que em minha opinião deveria ser o Pep Guardiola, ou o Cuca ou o Marcelo Oliveira, treinadores que privilegiam o ataque, o futebol bonito de toque de bola ofensivo, etc. Outra vez é necessário deixar a politicagem de lado na escolha de um novo treinador e sua comissão técnica. Um trabalho não pode iniciar de qualquer jeito e nem se esperar frutos rapidamente!
     Essas primeiras sugestões se referem mais a curto e médio prazo, mas também é necessário que se tome atitudes a longo prazo para não deixar o futebol brasileiro ficar defasado, para trás. É preciso investir na descoberta de novos talentos e que estes sejam valorizados, não tentando criar “monstros” fortes e marcadores, deixando o talento e a habilidade de lado, e nem deixa-los irem muito jovens para a Europa e para fora do país em geral. Eles acabam perdendo a identidade com nosso Brasil e terminam até optando por outros países como vemos vários casos e/ou não disputando as partidas e competições com a mesma garra e vontade. E por falar em identidade, porque a Seleção Brasileira quase não joga em território brasileiro? Já tem seis amistosos marcados até o final de 2014 e todos são em outros países, às vezes sem nenhuma relação com nenhuma das equipes que vão disputar a partida. Isso sem dúvida enfraquece a identidade entre Seleção e torcida.
     O principal, a meu ver, é mudar essa mentalidade de que o futebol brasileiro se basta, que não precisa evoluir, mudar e fazer um projeto organizado e bem feito. Quem imaginava há alguns anos atrás que teríamos dificuldades com Chile e Colômbia, para falar somente na América do Sul? As outras seleções vêm evoluindo constantemente, vejamos a Costa Rica, por exemplo, enquanto estamos parados confiando apenas no talento brasileiro. Outra mentalidade a ser modificada é de quando algo dá errado, nada presta e tudo precisa ser mudado, recomeçar tudo do zero. Não é assim! Vejamos novamente a Alemanha, que manteve uma base, independente dos resultados e fracassos e foi “investindo” em reforçar seus pontos fracos até conseguir um grande objetivo. É preciso analisar o que se pode aproveitar desse trabalho já iniciado, o que certamente há, e corrigir as falhas, visando melhorar e não jogar tudo para o alto e começar tudo de novo. Quanto mais se recomeçar do zero, mais irá demorar para se ter um resultado! E também é importante deixar essa ideia de que a individualidade brasileira vai resolver tudo! Não viram o futebol coletivo da Alemanha? Uma equipe forte coletivamente com alguns jogadores de altíssimo nível, como o Neymar, por exemplo, fica extremamente forte e competitiva. Também não se pode jogar a responsabilidade em cima de um único craque, de um único jogador. Em 1994 tínhamos Romário e Bebeto em 2002, Ronaldo Fenômeno, Rivaldo, Kaká Ronaldinho Gaúcho, ou seja, responsabilidades e jogo dividido. Não podemos ficar tão dependentes!
     Bom, quem sou para apresentar a solução para todos os problemas da Seleção Brasileira, mas quero ajudar e espero que as coisas mudem, que nosso futebol evolua e volte a ser competitivo e forte, respeitado em todo o mundo! Independente de tudo que aconteceu, eu continuo sendo brasileiro com muito orgulho e muito amor! E acredito em um futuro melhor! Vai Brasil!!!
 

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