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sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

Tecnologia no Futebol

     Na última semana ouvi debates, principalmente no programa “Linha de Passe” do canal ESPN, sobre a utilização de recursos de vídeo e de tecnologia no futebol. Alguns como os comentaristas Juca Kfouri e Leonardo Bertozzi apoiavam desde que fosse bem organizado e não atrapalhasse a dinâmica do jogo. Já outros como os comentaristas Mauro Cezar Pereira e José Trajano eram contra por acharem que paralisaria demais o jogo, criaria confusão, não se saberia quem decidiria os lances e até acabaria com a graça das discussões no dia seguinte. Outro argumento desses dois comentaristas é que está se tentando trazer a cultura americana, através de ideias como essa, para implantar no Brasil.
     Bom, primeiro quero deixar claro que respeito a opinião de todos e que não quero ofender ninguém, apenas expor minha opinião. Sou totalmente a favor do uso da tecnologia, especialmente de recursos de vídeo, no futebol e vou explicar os motivos. Sobre as paralisações, basta utilizar um critério simples que a NFL (Liga Norte Americana de Futebol Americano, o Brasileirão do futebol deles), por exemplo, utiliza, limite de quantidade de “desafios” (como são chamados os pedidos de revisão de algum lance através do recurso de vídeo). Também se deve adotar penalidades para quem solicitar um “desafio” e não estiver correto (perda de um pedido de tempo no caso da NFL) e regra para quais tipos de lance pode-se solicitar revisão. Aliás, acredito que este seja um ponto importantíssimo! Lances em que se originam gols e que possam estar impedidos, a bola ter saído, o jogador ter utilizado a mão, assim como pênaltis marcados ou não, dentro ou fora da área, etc., deveriam ter direito à revisão, dentro dos limites de pedidos de desafio para cada equipe. Esses lances são capitais e decidem, modificam um resultado e uma competição. Não vou entrar no mérito de cada exemplo, mas foi assim que o Atlético Mineiro acabou sendo muito prejudicado nos Campeonatos Brasileiros de 2012 e 2015. Muitos lances que “ajudaram” os adversários a ultrapassar o Galo na tabela e/ou se distanciar poderiam ter finais diferentes. E esse tipo de “erro” prejudica não apenas o resultado da(s) partida(s) como também o psicológico, emocional dos jogadores prejudicados e isso faz muita diferença no futebol!
     Sobre a questão de implantar a cultura americana no Brasil, sinceramente acho exagerada essa opinião, essa preocupação! Não estamos falando de implantar um mega show no intervalo da final do Campeonato Brasileiro (ou Copa do Brasil, que possui partida final), ou mesmos os pedidos de tempo (paradas técnicas) ou outros detalhes deste tipo, mas sim de aplicar recursos e condições de o esporte der mais justo. Gostaria de lembrar que a ideia daquele spray que o árbitro utiliza para marcar o local das faltas e o a posição da barreira, surgiu no Brasil e deu tão certo que já é adotada pela FIFA no mundo inteiro, se não me engano. As ideais boas que surgem, a meu ver, podem ajudar a melhor e desenvolver as coisas em várias áreas, independentemente de onde surjam. Na questão de deixar o futebol chato e acabar com as discussões no dia seguinte sobre lances polêmicos das partidas, também não concordo. Lances que dependam da interpretação dos árbitros continuarão a cargo dos mesmos. O que esses recursos modificariam é tornar o esporte mais justo, possibilitando que haja erro, já que somos todos humanos, capazes de errar, mas dificultando a “má fé” em lances “grosseiros” e “gritantes”. Acredito que o futebol seria mais justo e privilegiaria a técnica e o resultado dentro de campo, dentro dos limites humanos.
     Assim sendo, não concordo com a opinião desses comentaristas contra, pois acho que seria mais justo especialmente para clubes fora do eixo Rio-São Paulo. Logicamente que é necessário uma discussão e implantar o “árbitro de vídeo” com regras corretas para se aproveitar o melhor possível destes recursos em benefício do esporte. Lembrando apenas que esportes como tênis, futebol americano, vôlei, entre outros, já utilizam bem esses recursos e nem por isso ocorreram os problemas citados. O futebol é um esporte diferente dos demais, mas pode sim ser adaptado à evolução e ser mais justo! Futebol deve ser decidido de forma limpa, dentro de campo!



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