Esta semana me marcou por eu ter
acompanhado um dos momentos mais tristes e comoventes da minha vida, o trágico
acidente com o avião que transportava a delegação da Chapecoense, jornalistas e
tripulação.
Eu
chegava no trabalho, quando, ainda dentro do ônibus, um amigo recebeu a ligação
do pai dele contando sobre um acidente com o time da Chapecoense. A primeira
notícia que tive foi de que o ônibus da equipe havia caído numa estrada na
Colômbia e que todo mundo havia morrido. A princípio, minha “ficha ainda não
tinha caído” sobre o que seria essa tragédia. Depois começamos a conversar no
escritório e a acompanhar as notícias via internet. Daí me conscientizei do que
havia acontecido.
A medida que as notícias saiam, ficávamos
sabendo das mortes, de sobreviventes, mais alguns detalhes do acidente... As
notícias surgiam desencontradas. Até acho que nesse ponto as autoridades
colombianas e a imprensa foram um pouco irresponsáveis ao divulgar informações
sem ter total confirmação. Quem se considerava morto havia sido resgatado com
vida. Outro que teria sobrevivido, não resistiu. Foi muito angustiante e triste
acompanhar tudo aquilo ao longo do dia.
Quando cheguei em casa, corri para ver na
TV as informações mais corretas e completas da tragédia. Procurava entender e
acreditar naquilo, enquanto recebia mensagens no celular sobre o acidente.
Algumas sem sentido, outras lindas e emocionantes. Os telejornais e programas
contavam a história da Chapecoense, um clube relativamente novo e humilde que
hvia conseguido subir e se destacar no futebol brasileiro com um bom trabalho.
Naquele momento, viviam um sonho, buscavam o maior feito do clube, um título
continental, o da Copa Sulamericana. Alguns jogadores experientes, outros
jovens, alguns que muitos clubes não queriam e que agora corriam atrás. Aquele
conto de fadas terminara de forma triste e trágica.
Assim que passar esse primeiro momento de
choque e do resgate dos corpos e dos sobreviventes, começarão as investigações.
A princípio parece ser um erro do piloto, da comapnhia e das autoridades
bolivianas que permitiram um vôo arriscado. Porém não acho justo acusar alguém
que morreu, no caso do piloto, pois ele não pode se defender, mesmo que tenha
culpa!
Acredito que COMEBOL (confederação
Sulamericana de Futebol) irá considerar a Chapecoense como campeã da Copa
Sulamericana 2016, em homenagem aqueles que partiram. Mas tenho certeza de que
todos eles e seus familiares e amigos gostariam de recebr esse título ao lado
de seus heróis e não no lugar deles. Aliás, parabéns ao Atlético Nacional e aos
colombianos que têm demonstrado muito respeito e solidariedade aos brasileiros,
em especial aos envolvidos nesta tragédia. E certamente não termos condição de jogar a última partida do Brasileirão 2016 contra a Chapecoense lá em Chapecó! Seria um absurdo insistir nesta partida!
Já ouvi histórias parecidas de vários anos
atrás, mas nunca imaginei acompanhar uma. Não vou ser cara de pau de dizer que
simpatizava com a Chapecoense, agora depois que aconteceu, mas admirva um clube
sem tanta tradição estar indo tão longe. E admirei de observar agora o carinho
do povo da cidade de Chapecó por seu time. O jeito agora é tentar absorver o
choque, suportar e superar a tristeza que todos nós, amantes do futebol e
cristãos, sentimos, a pena que estamos das famílias, amigos, torcedores e
seguir em frente. O clube certamente conseguirá se reerguer, já quem perdeu
alguém, será mais complicado! Deixo aqui minha solidariedade e meus mais
sinceros sentimentos a todos e que Deus os confrote e ajude a passar por algo
tão difícil! Independentemente de clube, estamos todos ao lado de vocês! #ForçaChape