Me formei em 2010 pela PUC Minas (Arcos/Virtual)
no curso de Ciências Contábeis à distância. Com essa forma de curso, acabei
tendo muitos colegas de diversas partes de Minas Gerais. Alguns nem conheci
pessoalmente. Interagíamos muito pela internet, pelas redes sociais (embora nem
estivessem tão “em alta” como hoje), especialmente pelo MSN. Dessa forma
conheci várias pessoas, várias personalidades e estilos. Alguns muito positivos
e outros nem tanto! Fiz alguns amigos e construi aprendizados do curso e da
vida.
O
que mais me chamou a atenção nisso tudo que vi e aprendi nesse período de
estudos foi o que ocorreu em um certo trabalho em grupo que fizemos. Tínhamos
vários polos de estudos (o meu era Arcos) e preferíamos escolher colegas do
mesmo polo quando tínhamos trabalhos em grupo, porém neste específico, o
professor escolheu os grupos. Acabei ficando junto com alguns colegas de outros
polos, os quais não conhecia e alguns do meu polo, já conhecidos. Tínhamos
alguns dias para fazer o trabalho e dividimos as tarefas de forma que cada um
enviaria uma parte, uma versão do trabalho e depois consolidaríamos tudo.
Recebi a parte de alguns colegas e me lembro de dois que ficaram sem enviar
para que eu juntasse ao trabalho. Alguns dias depois, conversando com eles pelo
computador, depois que já havíamos feito praticamente todo o trabalho e faltava
mais entregá-lo, um me disse que me enviaria sua parte, pois havia salvo e não
tinha conseguido enviar. Me enviou um arquivo que me chamou a atenção por estar
bem parecido com tudo que já havíamos feito e o que outros colegas haviam
enviado. Verifiquei a data de criação do arquivo e constatei que o mesmo havia
sido criado naquele mesmo dia, ou seja, não havia sido feito antes nada. Me
disse aquilo apenas para colocarmos o nome dele no trabalho e garantir os
pontos.
Mas nesse caso desse trabalho, o que mais
me chamou a atenção e me indignou foi a situação de outra colega. Ela não havia
enviado nada e entrou em contato comigo pedindo para que colocássemos o nome
dela no trabalho. Pensei que se fosse uma justificativa válida, justa, não
haveria problema. Porém ela se justificou comigo alegando que na cidade dela
havia sido feriado na época em que fazíamos o trabalho e que ela havia emendado
e viajado com a família. Sinceramente, fiquei muito chateado, pois enquanto nós
dávamos duro para cumprir nossa obrigação, ela estava passeando, sem se
preocupar e depois queria ganhar os pontos de graça, sem nenhum esforço e nem
colaboração. Quando argumentei isso com ela, ao invés de tentar se justificar,
se desculpar, ficou agressiva comigo, dizendo que eu estava sendo chato, que na
faculdade o importante era apenas o diploma, apenas se formar. Dizia que eu
estava errado de achar que devíamos tentar aprender e nos esforçar. Acredito
que ela já trabalhava com contabilidade e queria realmente apenas o diploma
superior.
Bom, não que eu seja caxias (CDF) ou chato
como ela disse, mas não acho justo que alguns trabalhem, se dediquem e se
esforcem e outros levem vantagem e ganhem as coisas em cima do trabalho dos
outros! Eu estava deixando de “aproveitar a vida” para me dedicar aos meus
estudos, aprender e cumprir minhas tarefas e simplesmente daria os pontos para
quem nem havia se preocupado! Isso para mim é ser um parasita, se aproveitar
dos outros! Mas o que acho pior neste caso é saber que existem pessoas que se
formaram profissionais dessa forma, com esse pensamento de que não é necessário
aprender de verdade, obter conhecimento suficiente, ser bem capacitado e
responsável. Quantos “profissionais” estão por aí neste momento fazendo
trabalhos mal feitos, lesando as pessoas, prejudicando a sociedade, etc.? E o
pior, já imaginaram quantos médicos e “profissionais” de saúde podem estar por
aí dessa mesma forma? Já imaginou um médico desse tipo lhe atendendo, fazendo
diagnósticos, exames, lhe receitando medicamentos e até fazendo cirurgias sem
ter o devido preparo? Algum que nem sequer se esforçou para aprender de
verdade? Quantas vidas estão em risco com isso? Ainda existem outras profissões
que ameaçam a segurança das pessoas, mas essa foi a que mais me pareceu ilustrar
minha preocupação e raciocínio!
Acredito que a prática seja até um pouco
mais importante que a teoria, mas acredito também que ambas precisam uma da
outra para produzir qualidade, efeitos positivos. Ou seja, esses “profissionais”
que acham que não precisam da base teórica do conhecimento, não terão noção de
como agir e reagir em determinados casos e isso os prejudica e prejudica mais
gente! O conhecimento é transmitido por pessoas que já vivenciaram diversas
situações e casos, que os estudaram, analisaram, avaliaram qual a melhor
atitude em cada casa, em cada circunstância e estão transmitindo seu
conhecimento, sua experiência para que outras pessoas possam trabalhar de uma
forma melhor e os resultados serem melhores. Com esse conhecimento, se minimiza
muitos riscos e erros! Fiquei e ainda fico decepcionado com pessoas que pensem
assim! Espero que meus ex-colegas e todos que pensem assim, nunca precisem de
um atendimento de saúde sério feito por alguém assim!
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