Vivemos em um país onde sempre surge
alguma suspeita de algo errado, de alguma corrupção, de algum crime, etc. E
infelizmente também é um país onde as pessoas gostam de comentar e divulgar as
coisas sem ter plena certeza e provas do que estão falando. Escândalos
“vendem”!
Não sei se é porque já somos vítimas de
corrupções e crimes há bastante tempo, mas temos a tendência natural de
desconfiar, de duvidar das pessoas, mesmo que elas provem sua inocência. Se
alguém é acusado de alguma coisa, já olhamos “torto”, “com o pé atrás”. E mesmo
depois de tudo esclarecido, ainda rotulamos aquela pessoa como “duvidosa”,
suspeita. E o pior, é que fazemos isso pelo resto da vida! Não sei como
acontece isso em outros países, pois não conheço a cultura e não tenho dados e
informações para isso.
E também nos casos onde a pessoa já pagou
pelo seu erro, continuamos a desconfiar daquela pessoa. Nesse caso, acho isso
natural do ser humano, uma questão de confiança perdida não se recuperar mais.
Isso é muito triste, mas é um preço que se paga por ter feito algo errado.
O que acho muito injusto é o que parte da
imprensa e algumas pessoas fazem de passar as acusações e boatos para frente
sem provas. Cria-se uma imagem do acusado que não terá retorno. E fazem isso
sem pensar nas consequências para os outros. Algumas pessoas parecem querer mostrar que sabem o que está acontecendo, que estão bem informadas, ou que
sabem das coisas antes das outras. Daí, sem apurar direito e sem pensar nas consequências
e resultados, anuncia “aos quatro ventos” aquilo. Depois alguns desmentem,
corrigem e outros não. Mas de qualquer forma, a imagem dos envolvidos já foi
manchada e dificilmente é recuperada.
Também há casos em que a gente acaba
desconfiando por proximidade, por semelhança, como no caso de um partido
político ou de amizades com quem fez algo errado. Por exemplo, quem é do
partido de alguém condenado por corrupção carrega o rótulo de fazer parte da “quadrilha”,
ou quem é amigo ou familiar de algum viciado em drogas, também é “drogado”,
segundo a opinião dos outros.
Em resumo, é realmente muito mais fácil e “normal”
desconfiar do que confiar. Para se confiar em alguém, é preciso tempo,
conhecimento, experiência, mas para desconfiar, basta um erro. Acho que
realmente temos que prestar muita atenção nas pessoas, no que elas fazem e em
seu comportamento, porém não podemos ser injustos com ninguém. Acredito que em
muitos casos a pessoa que erra pode pagar pelo erro e se recuperar se tornando
uma pessoa melhor. Nesse caso, vale a pena dar uma segunda chance e esperar que
dê tudo certo agora. E devemos pensar bem nas consequências de todos os nossos
atos para não sermos injustos e cruéis com ninguém e nem perder a confiança das
pessoas em nós!
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