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sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Cada Um do Seu Jeito

     Estou fazendo aulas de violão e, como acredito que a gente não aprende só fazendo, mas também observando, tenho observado outras pessoas que já tocam violão há mais tempo para "pegar" algumas "manhas". Além dessas "manhas", também tenho observado que cada um, mesmo fazendo a mesma coisa, tem suas técnicas particulares, seu jeito próprio de fazer aquilo. E não só no caso do violão, mas em tudo.
     O ser humano deve ser o ser vivo mais complexo que existe. Existem mais de 6 bilhões de pessoas no planeta e mesmo sendo, biologicamente, praticamente idênticas, cada uma possui particularidades diferentes. O conjunto destas particularidades combinadas forma algo mais pessoal e inigualável do que a própria digital, já que se torna uma espécie de código formado por características e costumes que até podem se repetir, mas que na mesma combinação com dezenas, centenas ou até milhares de outros, são únicos.
     É legal notar como várias pessoas tem seus próprios jeitos e técnicas para realizar as mesmas tarefas, cozinhar, tocar violão, pintar, trabalhar, praticar esportes, dentre tantas outras inúmeras atividades que o ser humano pode realizar. Cada pessoa, mesmo sem querer e sem se dar conta disso, tem seu conjunto de métodos para realizar todas as atividades, ainda mais aquelas que repete constantemente. Tem cozinheiras que mesmo seguindo uma receita, sempre têm aquele "toque" de um tempero, a hora certa de colocar certo ingrediente, um tempo a mais ou a menos no fogo ou no forno, etc. Uma pessoa que vai lavar louça, prefere lavar primeiro os talheres, depois os pratos e depois as panelas ou em ordem inversa à essa. Para tocar violão, que foi o exemplo que me fez observar este fato da natureza humana, uns preferem determinada nota ou determinada posição para obter esta nota, preferem tocar desse ou daquele jeito, sozinho, em grupo, etc. Nem vou citar todos os exemplos, pois acredito que já é possível entender o que eu quero dizer e lembrar, cada um, de um exemplo claro disso. Além do mais, seria impossível relatar todas as atividades que uma pessoa pode fazer e os milhões, bilhões, trilhões.... de jeitos de se fazê-las.
     O que acho mais interessante é que, além de cada um ter seu jeito de fazer as coisas, todas eles estão corretos, talvez alguns sejam mais eficientes que outros, mas para quem realiza a atividade, seu jeito é o correto e produz o resultado desejado. Assim sendo, não existe certo ou errado na forma de fazer as coisas, apenas o jeito de cada um. E esse jeito individual pode ser modificado ao longo do tempo devido à observação e à experiência pessoal de cada um, vendo onde está melhor ou pior, o que precisa mudar, ou mesmo ensinando e aprendendo algumas técnicas novas com os outros.
     Não existe certo, errado e nem definitivo, apenas diferente. Cada um tem seu jeito e é isso que faz a vida ter graça, estar sempre aprendendo e ensinando coisas novas e velhas, dividindo experiências com os outros. "O homem morre quando deixa de aprender"! Me perdoem, mas não sei o autor desta verdadeira frase, e tenho pecado neste ponto de conhecer as citações, frases, mas não seus autores. E é exatamente esta variedade de experiências e essa necessidade de aprender sempre, em e com tudo, que me faz observar cada vez mais as pessoas, os acontecimentos, enfim, a vida e refletir sobre tudo.
     Não poderia terminar esta postagem sem mencionar o famoso "jeitinho brasileiro" que torna nosso povo tão especial e diferenciado pelo mundo. E que nada mais é do que um jeito especial e próprio do povo brasileiro de fazer as coisas e de resolver problemas que pareça insolucionáveis. Embora precise ser controlado para não ser um jeito especial de quebrar as regras e resolver as coisas de forma, digamos "anti-ética".
     O importante é lembrarmos sempre que não existe jeito certo ou errado, desde que dentro das "regras" e nem permanente, definitivo para se fazer as coisas, apenas o seu jeito de particular de viver a vida e resolver suas questões. Cada um tem seu jeito, mas pode sempre aprender, ensinar, compartilhar e se aperfeiçoar. Deve haver sempre respeito, independente de concordar ou não com o outro, ou achar que sabe fazer melhor! Cada um é cada um, um ser especial, porém uma parte de um gigantesco, talvez imensurável "queba-cabeças", uma engrenagem de uma enorme e complexa máquina, conhecidos como humanidade!

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