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sexta-feira, 27 de abril de 2018

Jeito de Falar: O que dizer ou como dizer


     Tenho visto e ouvido há algum tempo notícias e casos próximos de médicos dando diagnósticos e notícias ruins e difíceis a pacientes, familiares e amigos de uma forma, digamos, seca. Supostamente os médicos querem evitar falsas esperanças para as pessoas, e acham que indo diretamente ao ponto, facilita. Bom, eu não vejo assim!
     Ir ao médico, ao hospital, não é fácil e agradável! Eu, por exemplo, tenho certo trauma de hospital e fico muito ansioso quando preciso ir! Até que só uma consulta não me deixa nervoso! Mas voltando ao tema, as pessoas já ficam preocupadas com o que estão sentindo e com o que pode ser, se é algo grave, como vão tratar, etc. Consciente ou inconscientemente, as pessoas têm medo de doenças e da morte! Dessa forma, não é fácil ouvir que você tem uma doença grave ou que precisa de um tratamento difícil e/ou caro! O emocional afeta muito as pessoas, especialmente os pacientes.
     Agora imagine alguém já ir com medo ao médico ou ao hospital e ouvir “na bucha” que só tem mais um curto período de vida, ou que sua doença não tem cura ou alguma notícia triste, séria e pesada dessas? Já foi comprovado que o emocional auxilia nos tratamentos de saúde e, consequentemente, pode atrapalhar também. Se a pessoa tem confiança que vai se recuperar, que consegue a cura facilita o tratamento e aumenta a confiança e a “ligação” com o médico. Mas se o paciente se assustar com as notícias que receber, pode ficar tão abalado que o tratamento não surtirá o efeito desejado ou até, tentando obter outro diagnóstico mais positivo, se afastar do médico e buscar outras opiniões e tratamentos. Sendo assim, se realmente for preciso aquele primeiro tratamento, o tempo influencia muito e depois pode ser tarde demais.
     O que defendo não é que os médicos mintam para seus pacientes, pelo contrário! Apenas saibam como dar notícias a eles e aos seus próximos. Os familiares também têm dificuldade de aceitar que quem eles amam esteja doente e que tenha pouco tempo de vida, por exemplo. Não é fácil receber e nem acompanhar um tratamento caro, demorado, desgastante... E ninguém nuca está preparado para uma doença ou para uma notícia ruim!
     Os médicos precisam esclarecer a situação de cada paciente sim, e isso até acho que ajude, mas depende de como fazem isso. Muitos termos técnicos, por exemplo, podem dificultar a compreensão do paciente e “jogar uma bomba” diretamente no paciente e na família também complica! Aí entram dois conceitos que procuro utilizar em minha vida e aconselho as pessoas a seguirem: se coloque sempre no lugar do outro e imagine o que a pessoa irá sentir ou como irá reagir e pense sempre que mais importante do que o que se diz, é como se diz! No mais, desejo saúde e muita força a todos, especialmente aqueles que estão enfrentando dificuldades nesta área!


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