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sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Contabilidade: Não é tão Fácil Assim!

     Sou contador, como alguns já sabem e outros podem descobrir lendo meus perfis na internet.  É uma profissão interessante, que tem coisas de que gosto, mas a realidade é bem diferente do que aprendemos na teoria. Desde a faculdade nos ensinam que esta é uma profissão importante e bem valorizada atualmente, que o contabilista tem participação direta e fundamental na gestão das empresas. Isso até pode ser, mas em empresas maiores, em grandes centros, etc. Em cidades pequenas como a minha, por exemplo, o contabilista é praticamente um "mal necessário", sem quase nenhum reconhecimento e valorização. Não ganhamos tão bem quanto muitos acham e muitos de nossos clientes não nos acham importantes para suas empresas, seus negócios. Já cheguei a ouvir de alguns a pergunta "o que você faz para mim e para minha empresa?".
     Muita gente acha que o trabalho do contabilista é só guardar papel (documentos) e emitir aquelas guias de impostos e tributos que são entregues todo mês, outros ainda até acham que o contabilista tem alguma participação nesses valores (quem dera!). Mas é muito mais que isso! Passamos por situações difíceis e temos que ter muita responsabilidade! Hoje, por exemplo, preciso terminar um importante trabalho envolvendo levantamento de notas fiscais de 2008 a 2012 e que podem gerar impostos e multas a clientes pelo fato de algumas notas fiscais terem sido extraviadas. Estou trabalhando muito, com a cabeça cheia de preocupações e tarefas, sem tempo para nada desde o início do ano. E ainda preciso comprovar para meus clientes de que não sou o responsável por estas notas terem sido extraviadas, mesmo sem registro, o que não acontece de forma nenhuma em meu escritório, ainda mais porque não tenho nenhum interesse disso, muito pelo contrário. Mas aí surge uma contradição do que muitos pensam sobre a profissão de contabilista, a culpa é sempre do contabilista, o cliente/contribuinte sempre tenta transferir a responsabilidade e,  consequentemente o "castigo", a punição, para nós, contabilistas.
     Esta minha postagem não é uma reclamação, ou uma acusação a ninguém, pois, pelo meu caráter e forma de pensar, eu nunca poderia fazer isso pela internet, mas sim, cara a cara. Esta minha postagem é um desabafo de um profissional que se esforça para fazer seu trabalho bem feito, tentando atender sempre a tempo e da melhor maneira possível todos os seus clientes e que não recebe a devida valorização, o reconhecimento que acho merecido.    
     Termino deixando um conselho que serve para todas as pessoas, em várias situações e profissões, mas especialmente no caso da contabilidade, não julguem o trabalho dos outros sem conhecer! Não é porque alguém não vê e não compreende tudo que outra pessoa faz, que o que ela faz não seja importante ou não seja feito. Sem dúvidas, existem profissionais ruins na contabilidade, assim como em todas as profissões e setores, mas não se pode julgar todos por um ou outro. Deem uma chance aos profissionais que estão ao seu lado, deem uma oportunidade para que eles possam desempenhar seu trabalho, confiem neles, para que eles possam trabalhar com tranquilidade. E não é qualquer pessoa que pode fazer qualquer coisa! Cada um tem um dom e uma preparação para aquilo! Lembrem-se que todos, independente da profissão, temos dificuldades, pois nada na vida, ainda mais trabalho e em uma área cheia de leis, detalhes, informações, cálculos, etc., é tão fácil quanto se pensa!
Artigo Publicado no Site Artigonal.com

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Mentiras...

     Outro dia estava assistindo um filme ou uma novela e um dos personagens se meteu em uma grande confusão por causa de uma mentira que havia contado há um tempo, mesmo não sendo uma grande mentira. Daí, parei para refletir sobre o poder da mentira e suas consequências.
     Bom, mentira não é legal em nenhum caso, mas tem algumas que são, digamos, "inofensivas", ou que provocam menos estragos. Dentre essas estão aquela em que o marido diz que gostou da roupa ou do cabelo da esposa, por exemplo. Eu mesmo já precisei "concordar" com minha esposa de que duas roupas dela eram totalmente diferentes, sendo que só a cor era diferente (assim que ela ler isso ela vai rir!). Algumas outras "mentirinhas" podem ser chamadas de "piedosas", quando tentamos não magoar ou não deixar que outra pessoa sofra, por causa de problemas de saúde, psicológicos, etc. Mesmo assim, a mentira não é a melhor escolha, pois apenas "disfarça" alguma coisa, sem a resolver.
     Mas a mentira provoca muito mais estragos e problemas do que soluções! Primeiro que uma mentira pode "resolver" a situação momentaneamente, mas não de forma real, efetiva e definitiva, ou seja, o problema pode voltar pior ainda mais pra frente, complicando ainda mais uma situação que poderia ter sido resolvida mais facilmente. Outro ponto, que julgo mais importante, é que quando se descobre uma mentira, se perde a confiança em quem "criou" essa mentira. E por mais que se perdoe, que se volte a ter um relacionamento bom com essa pessoa, a confiança nunca volta a ser a mesma! Não adianta! É como um cristal fino que uma vez quebrado, não se cola outra vez! E qualquer tipo de relacionamento com outra pessoa, sem confiança verdadeira não é um relacionamento pleno, pois sempre vai ter aquela "pulguinha atrás da orelha", ou seja, uma pessoa nunca vai se entregar realmente ao relacionamento. E por relacionamento digo amoroso/afetivo, simples amizade, profissional e qualquer outro tipo de relacionamento.
     E não adianta se apoiar na mentira achando que nunca será descoberta, pois como dizem "mentira tem perna curta" e uma hora ou outra aparece a verdade ou mais problemas originados na mentira. Isso sem contar que certas mentiras precisam de mais mentiras e mais e mais para se sustentar, evitando que a verdade seja descoberta e as consequências sejam ainda mais desastrosas. Ou seja, muitas mentiras "se alimentam" sozinhas e não têm fim. Imaginem um novelo de linha ou de lã bem enrolado, embolado, que quanto mais se mexe, pior fica, a mentira é assim.
     Em resumo, a mentira causa mais problemas, dificuldade de sair dessa situação, perda da confiança, entre outros problemas. Assim, penso que, mesmo para evitar a dor de alguém ou com algum outro motivo "nobre", a verdade é sempre a melhor alternativa! Para encerrar, deixo um pensamento que ouvi uma vez e que, me desculpem, não me recordo o autor e nem quem me disse, e nem exatamente as palavras, mas o conceito que é o mais importante, me lembro, "mais vale a dor de uma verdade sincera do que a ilusão de uma doce mentira"!

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Maioridade Penal

     Há algum tempo surgiu uma discussão no facebook, da qual fiz parte, meio sem querer, mas que serviu de oportunidade para eu me lembrar do tema e para expor minha opinião. Alguém postou uma imagem sobre a necessidade de se reduzir a maioridade penal no Brasil, daí eu curti e compartilhei, e logo surgiram comentários concordando comigo e descordando também. Aí eu também respondi a um comentário. Não digo que a opinião da pessoa que discordou de mim está errada, é apenas a opinião dela, mas tenho que defender minha opinião, ainda mais porque achei que o argumento da pessoa não foi tão bom assim.
     Bom, para ficar mais claro a discussão sobre esse polêmico assunto é preciso uma "lembrança" rápida de como funciona a maioridade penal no Brasil. Para ser realmente responsabilizado por um crime e pagar por ele, a pessoa deve ter mais de 18 anos, caso contrário existem outras penas específicas, como medidas sócio-educativas, reclusão em unidades especiais (antigas FEBEMs), etc. Muitos só cumprem pena até completarem os 18 anos e depois não acontece mais nada. A proposta que eu curti e compartilhei seria de reduzir essa maioridade penal para 16 anos. Não só concordo com essa redução, como acho que os crimes deveriam ser julgados por si e não pela idade do infrator. Daí começou minha discussão no facebook contra o argumento que a pessoa usou. Ele acha que "crianças" não podem ser responsabilizadas e julgadas como "homens", digamos como adultos. Bom, alguém ainda acha, sinceramente, que uma pessoa de 15 a 17 anos é criança? Que tem tanta inocência e inexperiência que não consiga decidir o que é certo e o que é errado nesse nível? Ou então que não saiba que existem leis que devem ser cumpridas? Até acho que pessoas com menos idade que isso já têm total consciência de tudo isso.
     Há algum tempo atrás, um menor, junto com alguns comparsas "prendeu" e torturou um casal de namorados que estava acampando, tendo matado o rapaz com um tiro pelas costas e estuprado e torturado a mulher durante alguns dias, antes de matá-la cruelmente. E esse não tinha sido e primeiro crime dele e se não me engano não foi o último. Sabe o que aconteceu? Ficou "preso" até completar 18 anos (se não me engano tinha 16 à época do crime) e acredito que já está livre para continuar a cometer seus crimes. Um cara desses é criança? É inocente? E mais, pode viver em sociedade, colocando os outros em perigo?
     Concordo plenamente que o sistema prisional, carcerário do Brasil está muito longe de ser o ideal e que não fornece condições de recuperação para os criminosos, mas acho que a função desse sistema não é só recuperar um criminoso, mas sim livrar a sociedade de pessoas "doentes" como a do exemplo que citei. Preciso dizer que acredito na recuperação das pessoas, que com as oportunidades certas, algumas pessoas podem pagar por seus erros e se tornarem pessoas melhores, porém, alguns não mudam, parece que são "maus" por natureza e não estão no crime por falta de oportunidade. Para essas pessoas, nada vai mudar, nada é capaz de recuperá-las, e colocá-las na rua só irá colocar os outros em perigo. Não é pelo fato de se ter um sistema prisional ruim, que se justifica não punir outros que cometem crimes, para não se tornarem criminosos piores nas chamadas "universidades do crime" que são muitas prisões. É preciso melhorar o sistema prisional e não ficar utilizando esses problemas como desculpa para "defender" criminosos jovens, só por causa de sua idade. Alguns já são mais "malvados" que outros mais velhos.
     Dessa forma, me desculpem as pessoas que têm opinião diferente, as respeito e acho muito bom que hajam opiniões diferentes, mas ninguém me convence de que idade justifica crime ou comportamentos perigosos às outras pessoas. Sou, não somente favorável à redução da maioridade penal, como disse antes, como à punição séria de crueldades e crimes, independente de idade ou outra justificativa, como solução mais eficaz contra a criminalidade. Encerro lembrando apenas que as vítimas não têm a questão da idade ou qualquer outra coisa do gênero para se livrarem das "penas" que recebem das mãos de criminosos desses!

sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Questão de Tempo!

     Hoje é a primeira sexta-feira de 2013, e o ano está apenas começando. Sempre no final de um ano e início do outro, as pessoas param e refletem sobre suas vidas, sobre projetos realizados e a realizar e também sobre tempo. Mesmo sem refletir muito sobre esse tema, quem nunca disse "o tempo está voando!" ou então "há quanto tempo...?" E o que é o tempo afinal? Eu até já fiz outra postagem sobre tempo, idade, mas nesse início de ano, refleti e quero compartilhar minhas conclusões sobre o tema.
     Estou longe de ser um filósofo ou um grande pensador, mas gosto de refletir sobre as coisas. O tempo é algo que corre independente da vontade das pessoas, sempre em linha reta, sem parar um segundo e sempre adiante, nunca voltando. Importante compreender isso e levar a vida da mesma forma, valorizando o passado e os conhecimentos e aprendizados que obtivemos, mas sempre em frente. 
     O tempo pode ser bom ou ruim, dependendo da situação, da pessoa... e de tantas outras coisas. Quando estamos sofrendo, com algum problema, já repararam que o tempo parece que não passa? E que quando estamos nos divertindo, estamos bem, felizes, parece que voa? Na verdade, o tempo é sempre o mesmo, independente do que façamos e de como estamos, o que muda é nosso percepção. Para quem tem algum problema ou está aguardando algo, o tempo se torna mal, nos deixando ansiosos, aflitos, com medo do que possa vir. Às vezes precisamos de tempo para curar feridas, para esquecer algo que nos "machucou", para nos recuperar, física ou psicologicamente de alguma coisa. Neste caso, o tempo se torna um aliado, quase um médico, um remédio, pois sofremos, mas depois de um tempo, as feridas vão cicatrizando, as mágoas vão sumindo, as dores, saudades e tristezas vão perdendo força, como se estivéssemos em um tratamento de saúde (e às vezes até estamos mesmo, já que existem remédios e/ou tratamentos que demoram um pouco para fazer realmente efeito) e conseguimos nos recuperar, continuando nossa caminhada. O tempo não resolve os problemas, não apaga o que de bom ou de ruim nos tenha acontecido, mas ajuda a nos tranquilizar e encontrarmos formas de solucionar as situações ou pelo menos nos ensinando formas de conviver com as dificuldades.
     Repararam como a palavra "tempo" repete diversas vezes ao longo desta minha postagem? Além de ser o tema principal dela, é porque a palavra "tempo" e seu significado pode varia muito. Por exemplo, sobre o clima, meteorologia, usamos (principalmente nós, mineiros) usamos o tempo, para nos referirmos aos minutos, horas, dias, etc., também. Vivemos reclamando de que não temos tempo, embora ninguém possa ter o tempo, já que ele não é um objeto. "O tempo apaga..." mas não é borracha! "O tempo voa...", mas não é pássaro, nem avião. Assim, é difícil achar um significado único para o tempo! Portanto, neste início de 2013, sugiro que pensemos nos que fizemos ou não fizemos, planejemos os próximos passos, mas não fiquemos presos no tempo! Continuemos a viver sem preocupar demais com esse tal de tempo, pois ele vai continuar passando de qualquer forma, sempre em frente, sem parar, independente do que acontecer! Você não vai mudar o tempo! Eu também não! Nunca! Deixemos o tempo correr, embora ele ande sempre na mesma velocidade, e vivamos a vida, pois nosso tempo de vida pode ser muito curto e devemos aproveitar ao máximo cada segundo dele que tivermos! Um feliz 2013 a todos e que saibamos aproveitar bem o tempo!