Páginas

sexta-feira, 18 de novembro de 2016

Só o Diploma?

     Me formei em 2010 pela PUC Minas (Arcos/Virtual) no curso de Ciências Contábeis à distância. Com essa forma de curso, acabei tendo muitos colegas de diversas partes de Minas Gerais. Alguns nem conheci pessoalmente. Interagíamos muito pela internet, pelas redes sociais (embora nem estivessem tão “em alta” como hoje), especialmente pelo MSN. Dessa forma conheci várias pessoas, várias personalidades e estilos. Alguns muito positivos e outros nem tanto! Fiz alguns amigos e construi aprendizados do curso e da vida.
     O que mais me chamou a atenção nisso tudo que vi e aprendi nesse período de estudos foi o que ocorreu em um certo trabalho em grupo que fizemos. Tínhamos vários polos de estudos (o meu era Arcos) e preferíamos escolher colegas do mesmo polo quando tínhamos trabalhos em grupo, porém neste específico, o professor escolheu os grupos. Acabei ficando junto com alguns colegas de outros polos, os quais não conhecia e alguns do meu polo, já conhecidos. Tínhamos alguns dias para fazer o trabalho e dividimos as tarefas de forma que cada um enviaria uma parte, uma versão do trabalho e depois consolidaríamos tudo. Recebi a parte de alguns colegas e me lembro de dois que ficaram sem enviar para que eu juntasse ao trabalho. Alguns dias depois, conversando com eles pelo computador, depois que já havíamos feito praticamente todo o trabalho e faltava mais entregá-lo, um me disse que me enviaria sua parte, pois havia salvo e não tinha conseguido enviar. Me enviou um arquivo que me chamou a atenção por estar bem parecido com tudo que já havíamos feito e o que outros colegas haviam enviado. Verifiquei a data de criação do arquivo e constatei que o mesmo havia sido criado naquele mesmo dia, ou seja, não havia sido feito antes nada. Me disse aquilo apenas para colocarmos o nome dele no trabalho e garantir os pontos.
     Mas nesse caso desse trabalho, o que mais me chamou a atenção e me indignou foi a situação de outra colega. Ela não havia enviado nada e entrou em contato comigo pedindo para que colocássemos o nome dela no trabalho. Pensei que se fosse uma justificativa válida, justa, não haveria problema. Porém ela se justificou comigo alegando que na cidade dela havia sido feriado na época em que fazíamos o trabalho e que ela havia emendado e viajado com a família. Sinceramente, fiquei muito chateado, pois enquanto nós dávamos duro para cumprir nossa obrigação, ela estava passeando, sem se preocupar e depois queria ganhar os pontos de graça, sem nenhum esforço e nem colaboração. Quando argumentei isso com ela, ao invés de tentar se justificar, se desculpar, ficou agressiva comigo, dizendo que eu estava sendo chato, que na faculdade o importante era apenas o diploma, apenas se formar. Dizia que eu estava errado de achar que devíamos tentar aprender e nos esforçar. Acredito que ela já trabalhava com contabilidade e queria realmente apenas o diploma superior.
     Bom, não que eu seja caxias (CDF) ou chato como ela disse, mas não acho justo que alguns trabalhem, se dediquem e se esforcem e outros levem vantagem e ganhem as coisas em cima do trabalho dos outros! Eu estava deixando de “aproveitar a vida” para me dedicar aos meus estudos, aprender e cumprir minhas tarefas e simplesmente daria os pontos para quem nem havia se preocupado! Isso para mim é ser um parasita, se aproveitar dos outros! Mas o que acho pior neste caso é saber que existem pessoas que se formaram profissionais dessa forma, com esse pensamento de que não é necessário aprender de verdade, obter conhecimento suficiente, ser bem capacitado e responsável. Quantos “profissionais” estão por aí neste momento fazendo trabalhos mal feitos, lesando as pessoas, prejudicando a sociedade, etc.? E o pior, já imaginaram quantos médicos e “profissionais” de saúde podem estar por aí dessa mesma forma? Já imaginou um médico desse tipo lhe atendendo, fazendo diagnósticos, exames, lhe receitando medicamentos e até fazendo cirurgias sem ter o devido preparo? Algum que nem sequer se esforçou para aprender de verdade? Quantas vidas estão em risco com isso? Ainda existem outras profissões que ameaçam a segurança das pessoas, mas essa foi a que mais me pareceu ilustrar minha preocupação e raciocínio!
     Acredito que a prática seja até um pouco mais importante que a teoria, mas acredito também que ambas precisam uma da outra para produzir qualidade, efeitos positivos. Ou seja, esses “profissionais” que acham que não precisam da base teórica do conhecimento, não terão noção de como agir e reagir em determinados casos e isso os prejudica e prejudica mais gente! O conhecimento é transmitido por pessoas que já vivenciaram diversas situações e casos, que os estudaram, analisaram, avaliaram qual a melhor atitude em cada casa, em cada circunstância e estão transmitindo seu conhecimento, sua experiência para que outras pessoas possam trabalhar de uma forma melhor e os resultados serem melhores. Com esse conhecimento, se minimiza muitos riscos e erros! Fiquei e ainda fico decepcionado com pessoas que pensem assim! Espero que meus ex-colegas e todos que pensem assim, nunca precisem de um atendimento de saúde sério feito por alguém assim!

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Diga o que achou do meu blog ou das minhas opiniões e postagens!