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sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Questão de Espaço ou de Vontade?

     Em minha cidade, de uns tempos pra cá, vem se discutindo muito sobre dar espaço para novas pessoas realizarem algumas tarefas da comunidade. Em vários setores, como na Igreja (católica), existem muitas tarefas e grupos para "dar conta" de tudo.
     Para que tudo não caia na "rotina", na mesmice e sempre surjam idéias novas e os resultados não caiam, é muito importante que sempre haja renovação. Gente nova, "sangue novo", como se diz, é importante para dar um "novo gás" nas equipes/grupos, revigorar as tarefas e alcançar novos e melhores resultados. Neste aspecto, não discuto! Concordo plenamente que renovação faz muito bem na execução de tarefas, em especial em grupo e as mais importantes e complexas.
     O que não concordo é de ver muita gente falando que as pessoas que já estão à frente da realização das tarefas atualmente precisam "abrir espaço" para que novas pessoas surjam e assumam responsabilidades e tarefas. Não concordo que seja somente o caso de as pessoas abrirem espaço para outras novas, mas sim de haver novas pessoas que realmente queiram trabalhar e assumam as responsabilidades. Às vezes, não é porque as pessoas que já estão realizando as tarefas não querem deixar que outros surjam, mas porque não há outros.
     Vou citar um exemplo, sem me aprofundar muito em outros aspectos e discussões sobre isso, para evitar mais polêmicas, o coral Jovens Encantos, do qual eu faço parte e que "animava" nas missas de sábado há vários anos. Várias pessoas disseram que o grupo era grande e fechado, que precisava abrir espaço para novas pessoas, novos grupos, mas estas novas pessoas e grupos não surgiam na época. Por exemplo, nosso grupo fazia encenações da Pixão de Cristo (Via Sacra) nas sextas-feiras da Paixão, inclusive fui o último a interpretar Cristo, uma honra. Depois que paramos de apresentar as encenações, não houve mais nenhuma encenação, apenas algumas outras apresentações. E durante algum tempo após o coral deixar de "animar" as missas de sábado, houve alguma dificuldade para encontrar outro grupo que realmente assumisse como nós fizemos por vários anos. E quantas vezes ouvi críticas tipo "aquele pessoal do coral gosta de aparecer", "só eles fazem as coisas", mas nunca ninguém chegou perto para se oferecer sequer para ajudar. Eu cheguei até a comentar com algumas pessoas que cedia, com prazer, meu lugar a estas pessoas que criticavam.
     Mais do que abrir espaço para novas pessoas é preciso que haja novas pessoas e que estas pessoas queiram de verdade assumir responsabilidades, compromissos. E as lideranças precisam compreender isso, que muitas vezes, como no exemplo que citei, que não são as pessoas que já estão que têm ciúmes e não querem deixar outros fazerem as coisas, são os outros que não se oferecem, naão "aparecem" para o serviço! Não se deve ficar "paparicando" e correndo atrás de ninguém! Todos vêem que existem tarefas a serem realizadas e que sempre uma ajuda é muito bem vinda, mas preferem reclamar de quem faz do que se oferecem para ajudar quem está fazendo ou mesmo fazer melhor, substituir.
     E outro aspceto triste que é observado neste caso, é que muitas pessoas não participam das "atividades comunitárias" por não gostarem de alguém que já está participando ou coisas deste tipo. As pessoas têm que entender que o coletivo deve prevalecer sobre o pessoal, deixar de "picuinhas" e por a mão na massa!
     Deixando todos esses "pontinhos" para trás, certamente teremos muito mais gente trabalhando pelo bem coletivo, com resultados melhores e sem precisar que quem já está saia para abrir espaço. Na minha opinião, não é uma questão de espaço, mas sim de vontade!

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