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sexta-feira, 27 de abril de 2012

Preconceito: Uma Faca de Dois Gumes

     Nesta semana, a discussão sobre a constitucionalidade da reserva de quotas "raciais" nas universidades pelos Ministros do Supremo, reacendeu uma velha discussão sobre o racismo e o preconceito. Já falei sobre diferenças e sobre respeito a elas, mas queria deixar minha opinião sobre as tais quotas e sobre o racismo e o preconceito.
     Tenho amigos de todos os "tipos" e isso nunca prejudicou a forma como eu os trato ou o respeito que tenho por eles, pois para mim o que vale é o caráter, o que a pessoa realmente é. Acho que julgar uma pessoa por suas "opções", raça, crença/religião, etc. é uma idiotice enorme, pois se perde a oportunidade de conhecer e conviver com pessoas incríveis por preconceito. Isso sem contar o que podemos aprender com pessoas "diferentes" de nós.
     Sobre o racismo e o preconceito em geral, normalmente se dá destaque para o preconceito dos brancos com os negros e dos heterossexuais com os homossexuais. Talvez sejam os maiores, ou os mais destacados, mas esse preconceito é uma faca de dois gumes, pois muitos que apontam e condenam o preconceito dos outros, pratica algo semelhante e, às vezes não percebe. Por exemplo, já vi diversas vezes na televisão o cantor e político Agnaldo Timóteo, que é negro, criticar jogadores de futebol negors por se casarem com mulheres brancas, em especial loiras. Ele alega que os jogadores, quando ficam famosos, têm vergonha de se relacionarem e se casar com mulheres negras, que as brancas, as loiras seriam troféus para estes jogadores. Talvez isso seja verdade em alguns casos, mas como sempre digo e defendo, não se pode generalizar, pois cada pessoa e cada caso são únicos. E será que um jogador negro não pode se apaixonar e amar uma mulher branca, loira e vice-versa? É proibido um relacionamento inter-racial (me desculpem se escrevi errado esta palavra!)? Neste caso, o próprio Agnaldo, assim como outros negros (se trata apenas de um exemplo e não tenho nada contra os negros e nem acho que somente eles se comportem da forma que estou descrevendo!) que vivem tentando destacar somente a sua raça e vivem apontando o preconceito dos brancos, tentando "se defender" constantemente, também estão sendo preconceituosos contra os brancos, julgando que todos são iguais neste ponto e até mesmo com sua própria raça, tentando destacar mais as diferenças entre as raças do que os pontos em comum. É um caso a se pensar se ficar colocando rótulos nas pessoas e defendendo uma raça, uma "opção" ou algo do tipo, se afastando do resto da humanidade é a melhor forma de combater o preconceito ou apenas outra forma de aumentá-lo e fortalecê-lo!
     Não pensem que quero "crucificar" o Agnaldo Timóteo, apenas acho que o comportamento e o pensamento dele ilustram muito bem o que quero dizer. Ele tem problemas claros para "declarar" publicamente sua sexualidade. Não que isso seja obrigatório, mas ao mesmo tempo em que ele defende os direitos dos homossexuais, ele briga com quem o chama de homossexual e não concorda, de forma nenhuma, até ficando um pouco irritado, em responder qual sua "preferência sexual" em entrevistas, basta observar. Ele se irrita e começa a argumentar que isso é da privacidade dele, que não diz respeito a ninguém, gerando apenas mais "dúvidas" e curiosidade sobre o assunto. Será que isso também não é uma forma de preconceito? Será que se assumir, hetero ou homossexual de forma definitiva e "bem resolvida" não seria o correto, ainda mais para uma pessoa pública, e o melhor para ele mesmo?
     Sobre a questão das quotas raciais nas universidades, sou contra! Mas sou contra a reserva de quotas de qualquer espécie, raciais, sociais (financeiras), por sexo ou qualquer outro "rótulo". Acredito que as pessoas deveriam ter as mesmas chances, igualdade de direitos e condições para competir por uma vaga em uma universidade, independente de ser negro, branco, índio, asiático, rico, pobre, etc. Principalmente porque ninguém, especialmente no Brasil, é totalmente de raça pura! Certamente, nem que seja um pouquinho só, tem uma parte de outra raça. E para se entrar em uma universidade, deve-se avaliar a capacidade do candidato e não a cor de sua pele, sua origem ou classe social. Dessa forma, a meu ver, estamos apenas legalizando e oficializando o preconceito e até mesmo invertendo-o, pois os bancos (caucasianos) perderiam vagas e igualdade de condições, independente de sua capacidade, assim como as pessoas de classes sociais mais altas, que também não teriam as mesmas chances simplesmente por terem mais condições financeiras de estudar. Ao invés de separar raças e classes sociais para se entrar em uma universidade, o governo deveria dar melhores condições para que todos pudesse estudar mais e melhor e ter as mesmas condições em termos de capacidade e aprendizado e até mesmo de cursar o nível superior!
     Bom, o que eu quero mostrar com essa postagem, é que muita idiotice separar as pessoas por qualquer classificação, "rótulo" e destacar as diferenças. Devemos sim é unir as pessoas, respeitando as diferenças, mas destacando os pontos em comum, sabendo que todos são seres e humanos, que todos merecem respeito e condições iguais de disputar algo, inclusive um futuro melhor, para si e para os outros. Dividir não acrescenta nada, o melhor é somar e multiplicar!

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