Quando criança, brinquei bastante dessa
brincadeira de telefone sem fio. Trata-se de uma pessoa cochichar no ouvido de
outra uma frase, uma única vez. Esta por sua vez, faz o mesmo com a pessoa
seguinte e assim sucessivamente até chegar à última pessoa, que deve repetir a
frase exatamente como ela iniciou. Não é bem um jogo, pois trata-se mais de
diversão e risadas. A última pessoa dificilmente consegue acertar a frase, e
acaba dizendo algo estranho e engraçado, que foi o que ouviu e entendeu.
Bom, esse conceito é bem divertido e legal
apenas na brincadeira. Na vida real, esse tipo de “atitude” causa muitos
problemas na comunicação. Chamo isso de atitude me referindo a pessoas que tem
a mania de ficar só mandando recados pelas outras, mandando os outros fazerem
as coisas e resolverem. Com intermediários, dificilmente se resolve a coisa de
forma rápida e correta.
Toda vez que se transmite uma mensagem,
algo se perde, pois ninguém é capaz de transmitir exatamente o que pensa ou o
que sente ou quer. Imagina então se tiver terceiros envolvidos! Se perde muito
da mensagem e de seu real sentido e objetivo. Dessa forma, a chance de dar algo
errado é muito maior! Mesmo assim, muitas pessoas, especialmente no ambiente de
trabalho, optam por agirem assim e dificultam as coisas para os outros. Os
intermediários acabam tendo muito mais responsabilidade, pois precisam entender
e saber o que o primeiro quer, passar exatamente isso para o outro e trazer o
resultado, a resposta de volta. Esse processo é mais lento e muito menos
eficiente. Não sei dizer ao certo porque as pessoas agem dessa forma, talvez
por preguiça, pressa, falta de paciência, mas não é uma boa maneira de resolver
as coisas e obter bons resultados. Tem alguns, no caso do ambiente
profissional, que podem se sentir mais importantes e poderosos mandando alguém
fazer ou dar um recado. De qualquer forma, não é uma boa escolha!
Já ouviram aquele ditado que diz “quer
algo bem feito, faça você mesmo”? Concordo, mas não digo isso por achar que as
pessoas sejam incompetentes! E também não acho que não possamos confiar tarefas
aos outros, delegar! O que quero dizer é que não devemos optar por “tercerizar”
uma tarefa quando podemos fazê-la bem feita, de forma mais rápida e prática. E em
muitos casos, somente a pessoa que pede é que sabe os detalhes e os dados
necessários para cumprir determinada tarefa e qualquer pergunta, qualquer
necessidade a mais, a pessoa que recebeu o pedido da tarefa se complica e
arrisca ainda mais o resultado. Existem tarefas muito simples de serem
resolvidas e que as pessoas as complicam mandando outro fazer.
Acho importante lembrar da brincadeira e
dos resultados engraçados que ela produz, como dizer frases sem sentido ou
palavras engraçadas. Na brincadeira, tudo bem, mas imagine em uma negociação ou
a respeito de um documento? E os resultados podem ser os mesmos, desastrosos,
mas na vida real não vai ter a graça da brincadeira. Sinceramente tenho preguiça
desse tipo de atitude, pois não tem uma utilidade prática quando a própria
pessoa pode realizar a tarefa. As coisas demoram mais, tendem muito mais a dar
errado e ainda envolve e complica outras pessoas. Acho melhor evitar brincar de
telefone sem fio com coisas sérias!
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